LUANDA
Luanda é a
maior cidade de Angola e também a capital do País.
Está
localizada na costa do Oceano Atlântico á 8º 50’ 00’’ S e 13º 14’ 00’’ E, é o
principal porto e centro administrativo de Angola.
Luanda é a
maior e a mais densamente habitada cidade de Angola. Inicialmente projetada
para uma população de aproximadamente 700 mil habitantes, é hoje uma cidade
sobre habitada. Segundo os últimos estudos tem uma população de aproximadamente
6 milhões de habitantes, o que a consagra como a terceira maior cidade lusófona
do mundo, atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Fundada
ao 25 de Janeiro 1576 com o nome de São Paulo de Assunção de Loanda, por
Paulo Dias de Novais um fidalgo e explorador português conhecido como
Governador e Capitão – Mor.
A cidade
ganha o nome Luanda através da sua ilha (Ilha de Luanda), local
onde os primeiros colonos portugueses se radicaram
A origem do
nome de Luanda provem da palavra Axiluandas, singular de Muxiluanda que quer
dizer (Homem da ilha/mar), nome dado pelos portugueses aos habitantes nativos
da ilha
do cabo.
Quando os
portugueses chegaram à região onde hoje se localiza a cidade de Luanda, esta
era parte integrante do reino do Ndongo, vassalo
do reino do Kongo, e era especialmente importante por ser uma zona
produtora de zimbo, uma pequena concha com valor fiduciário
Respondendo a um pedido de envio de missionários feito
aos portugueses pelo rei Ndambi a Ngola do Ndongo
em 1557, no dia 22 de Dezembro de 1559 zarparam de Lisboa três navios com um emissário
do rei de Portugal, Paulo Dias de Novais, e dois padres jesuítas, Francisco de Gouveia e Agostinho de Lacerda. Chegados
à barra do Kwanza no dia 3 de Maio de 1560, a missão portuguesa
foi recebida com hostilidade e desconfiança pelo novo rei do Ndongo, Ngola Kiluanje, que os
encarou como agentes do rei do Kongo, mandando-os aprisionar. Mais tarde, com a
promessa de conseguir apoio diplomático e militar português, Paulo Dias de
Novais teve permissão para regressar a Portugal, regressando em Angola/Luanda 20
de Fevereiro de 1575 onde já existia uma igreja, uma padre e alguns portugueses
há alguns anos. Estabelecendo-se na ilha de Luanda, Paulo Dias de Novais
recebeu uma embaixada do rei Ngola Kiluanji, recebendo a permissão deste para
se mudar para terra firme, para o antigo morro de São Paulo, onde fundou a
povoação de São Paulo de Loanda, pelos termos da Carta de Doação recebida.
ESCRAVATURA
De 1550 a 1850, Luanda foi um importante
centro de tráfego de escravos para Portugal e Brasil, o que mantinha o
equilíbrio na balança comercial.
Durante centenas de anos Angola - transformada em “mina de
escravaria”, assistiu à saída forçada para o Brasil, Portugal e não só de
milhares de seus naturais. Enquanto apenas um quarto de suas
exportações eram para Portugal, os outros três quartos eram para o Brasil. O
equilíbrio na balança comercial era mantido com o intenso contrabando de
escravos.
Nessa época, como refere o relatório da Associação
Comercial de Luanda, datado de 19 de Julho de 1877 - «o comércio lícito
continuava a ser mais um acessório, tido como necessário, do que outra coisa. O
negócio principal era os carregamentos de gente para a América».
CONSTRUÇÃO DA
CIDADE
Em 1847, incluindo os edifícios públicos, a
cidade contava com 144 casas com primeiro andar, 275 casas térreas e 1058 Cubatas (cabanas de indígenas). Cidade de degredados,
com cerca de cinco mil habitantes, possuía perto de cem tabernas, pelo que os
viajantes a qualificavam como de moralidade duvidosa
A cidade de Luanda é s zona central
de Luanda e está dividida em duas partes, a Baixa de Luanda (a cidade antiga) e a Cidade Alta
(conhecida pela "nova cidade"). A Baixa de Luanda está situada
próxima do porto e tem
ruas estreitas e antigos edifícios dos
tempos coloniais. O litoral é
marcado pela baía de Luanda, formada pela proteção do litoral
continental por meio da ilha de Luanda e
a baía do mussulo
COMPOSIÇÃO ÉTNICA E ESTRUTURA SOCIAL
Os habitantes de Luanda são na sua
grande maioria membros de grupos étnicos bantus. A população original da região são
os Ambundu, em
particular os do grupo Axiluanda (Lwanda) de cujo nome deriva o da cidade. Aos
Ambundu juntaram-se no século XX, na vigência do regime colonial, grupos
bastante numerosos de Ovimbundu e de Bakongo,
especialmente nas últimas décadas coloniais e durante a Guerra Anti-Colonial; esta
imigração reforçou-se novamente em consequência da Guerra Civil Angolana, que também desencadeou a passagem de muitos Ambundu
rurais para a capital. Esta alberga entretanto também minorias oriundas de
todos os grandes grupos étnicos do país, dos Côkwe aos Ovambo.
Para além dos habitantes de origem
bantu, Luanda teve durante o período colonial uma forte minoria de portugueses;
no fim deste período foram mais de 50,000, entre já nascidos no país e
recentemente imigrados. No momento do acesso de Angola à independência, a maior
parte deste grupo deixou o país, entretanto, a população de portugueses,
brasileiros e outros caucasianos voltou a ser tão numerosa como no início dos
anos 1970. Convém salientar que em Luanda é particularmente alta a proporção da
população mestiça, ou seja, de descendência negra e caucasiana.
Ao mesmo tempo, a estrutura da sociedade está a
evoluir de acordo com uma dinâmica ainda mal estudada mas que, de qualquer
modo, aponta no sentido de um processo cada vez mais acelerado de formação de
classes e de desigualdades sociais
Gonçalo Pinto Afonso - Graduado Torresmo (Capoeira Dendê Maruô)
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